Ferramentas Pedagógicas aliadas à Tecnologia

Ferramentas Pedagógicas aliadas à Tecnologia

O desafio de ensinar e educar com qualidade perpassa diversos fatores pertinentes principalmente ao professor e escola. Dentre estes fatores, destacamos a importância de educar integrando toas as dimensões da vida, colaborando para que a vida dos alunos seja transformada em processos constantes de aprendizagens. Moran (2000, p. 13), em seu livro conforme disposto no link: https://books.google.com.br/books?id=i7uhwQM_PyEC&printsec=frontcover&hl=pt-br&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false, destaca que “ensinar é um processo social (inserido em cada cultura, com suas normas, tradições e leis), mas também é um processo profundamente pessoal”, o que define que cada um de nós desenvolve uma maneira que considera mais eficaz para ensinar. 

É necessário que a caminhada da educação siga integrando todas as dimensões do ser humano e de sua realidade, contudo, o acesso às redes eletrônicas na escola é uma situação bem nova no que se refere ao aprendizado, mas está estritamente aliado a construção do conhecimento integrando as novas tecnologias. Em seu texto, Moran destaca que:

Cada organização precisa encontrar sua identidade educacional, suas características específicas, o seu papel. Um projeto inovador facilita as mudanças organizacionais e pessoais, estimula a criatividade, propicia maiores transformações. Um bom diretor ou administrador pode contribuir para modificar uma ou mais instituições educacionais. (MORAN, 2000, p. 28)

    Variar a forma de conduzir a aula, as técnicas, as atividades, as dinâmicas e o processo de avaliação integrando as tecnologias, são alguns dos princípios metodológicos que podem nortear a mudança da construção do conhecimento nos parâmetros da informatização. É preciso compreender que as crianças e jovens, antes de chegar à escola, já trazem conhecimentos prévios e que é importante considerar estes conhecimentos ao elaborar qualquer atividade. A seguir, iremos destacar e exemplificar 3 metodologias citadas por Edgar Moran como tecnologias apoiadoras no processo de ensino/aprendizagem.

Utilização criativa de vídeos

Quando fala-se em vídeos na escola, normalmente os alunos pensam em “descanso de aula”, o assunto não é levado a sério e visto como oportunidade diferenciada de aprendizagem. Pois bem, pode-se aproveitar a ocasião desta descontração dos alunos e atraí-los para o determinado assunto.

A linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas: solicita constantemente a imaginação e reinveste a afetividade com um papel de mediação primordial no mundo, enquanto a linguagem escrita desenvolve mais o rigor, a organização, a abstração e a análise lógica (MORAN, 2000, p. 39)

    As propostas de utilização de vídeos devem considerar a faixa etária dos estudantes, porém alguns aspectos são importantes para qualquer atividade, como por exemplo começar com vídeos simples, fáceis de compreender, atraentes. Vídeos com característica sensibilizante também ajudam a despertar curiosidade e motivação para novos temas, facilitando o desejo dos alunos ao fazer novas pesquisas. Torna-se atrativo também apresentar vídeos com situações exemplares bem específicas do que está sendo discutido em aula. Abaixo, propomos uma atividade, considerando a faixa etária de 10 anos.

Partindo da ideia de que nossos alunos tem dificuldade na compreensão de certo conteúdo, escolhemos como tema a água que é de extrema importância para todos nós. Primeiramente instigamos os alunos a pensar sobre a água através de questionamentos e intervenções sobre seu conhecimento prévio e suas relações com o tema . Seguido disso, apresentamos um vídeo explicativo mais lúdico e interativo que aborda a importância da água, seus usos, seus estados físicos e os cuidados que devemos ter. Novamente questionamos para saber quais foram as novidades que chamaram atenção neste vídeo. Partindo disso, os alunos farão uma pesquisa sobre o tema com links de sites já previamente escolhidos pelo professor será proposto a elaboração de um vídeo utilizando a ferramenta Movie Maker que demostre em forma de experiência todos os estados físicos da água, e em forma de entrevista com eles mesmos a importância da preservação da água.

Blogs na Educação

Os blogs são ferramentas bastante utilizadas hoje como estratégias ou recursos pedagógicos na escola. Se a ideia for esta a ser utilizada, o blog pode servir como uma espécie de diário de aprendizagem, onde os alunos a cada aula de determinada disciplina deverá formular um post com as aprendizagens adquiridas, podendo também incluir suas pesquisas e métodos utilizados para a mesma. Assim, o aluno passa a ter um papel ativo na sua aprendizagem e este processo se torna interativo e divertido, permite também que o aluno manifeste suas ideias e propicie sua interação com os demais colegas.

O blog poderá ser feito através do link https://www.blogger.com/. Esta atividade poderia também ser elaborada por alunos com faixa etária entre 9 e 10 anos. O blog exige um pouco mais de habilidade com as ferramentas virtuais, por isso escolheríamos somente uma disciplina para trabalhar com o blog. A cada aula seria confeccionado um post que deveria ser sustentado pelo conhecimento prévio, pelo conhecimento da aula e pelo conhecimento adquirido através da pesquisa utilizando-se de diversos materiais (vídeos, imagens, reportagens). A cada final de semestre seria possível para o professor também analisar quais foram as aprendizagens e o que ainda precisa ser retomado. É interessante que os alunos tenham tempo para visitar os blogs dos colegas.

Construção de mapas conceituais

    Mapas conceituais são estruturas que esquematizam um conjunto de ideias e conceitos em informações diretas e bem simplificadas, ou seja, são diagramas que interligam uma informação à outra. A construção informatizada de mapas conceituais, se devidamente mediada, é um instrumento potencializador de aprendizagens, a qual ajuda a contribuir para a construção de um conhecimento que realmente seja significativo.

    A atividade proposta será realizada através do GoConqr, que permite criar estas estruturas diagramadas. O GoConqr é um ambiente de aprendizagem que permite, além da construção de mapas conceituais, a descobrir e compartilhar recursos de aprendizagens, ou seja, é permitido elaborar arquivos e compartilhá-los com todos os membros do GoConqr, com tópicos fáceis de seguir.

    Abaixo propomos uma atividade considerando alunos de 5º ano, os quais estão aprendendo os Biomas do Brasil, portanto, o assunto do mapa conceitual será este. O trabalho deverá ser feito após explicações e assim que o assunto estiver bem encaminhado. Primeiramente, os alunos e professoras precisam criar uma conta, no site https://www.goconqr.com/, sugerimos que a professora crie um grupo com todos os membros da turma na aba: Grupos > Criar grupo. Assim que os alunos acessarem sua página, deverão clicar na parte superior esquerda em Criar > Mapa mental, então será aberto a janela conforme imagem:

    Os ícones para edição são fáceis e se o cursor do mouse estiver em cima dos mesmos, logo aparece qual a sua função.

Nos links abaixo, é possível encontrar passo a passo da ferramenta: https://www.goconqr.com/en/p/3046422-guia-completo---como-usar-goconqr-

https://www.youtube.com/watch?v=n--cBBtSfb8

    Nas imagens abaixo, alguns exemplos do resultado dos mapas conceituais, utilizando o GoConqr:

    Após a construção dos mapas, que poderá ser feito em grupos ou individual (dependendo da situação dos computadores da escola), os mesmos serão impressos e após, realizar uma socialização do resultado. Os mapas poderão ser expostos nos murais da escola.

     Todas as ferramentas apresentadas podem ser adaptadas e utilizadas para diversas faixas etárias e ciclos de ensino, porém, consideramos importante destacar que todas estas atividades precisam de um objetivo claro. A informática na educação possibilita diversas aprendizagens significativas, basta nos adequarmos e possibilitar aos alunos que estas experiências sejam realmente construtoras do conhecimento e relevantes para a vida de cada um.

Referências:
MORAN, José Manuel: MASETTO, Marcos Tarciso: BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 3.ed. Campinas, SP: Papirus, 2001. 173 p.